Para as pessoas comuns, todo início de ano é sinônimo de renovação e promessa de mudanças. No mundo dos negócios, não é diferente. Empresas de produtos e serviços procuram conhecer as tendências e necessidades do mercado para trazer novidades e inovações que atendam aos anseios dos consumidores e clientes. No caso do mercado de mobiliário escolar, as mudanças não ocorrem com rapidez da moda, por exemplo. No entanto, transformações nos hábitos, na tecnologia, e até nos espaços disponíveis para o aprendizado influenciam diretamente no tipo de móveis a serem usados nas escolas.
Assim, a sala de aula de hoje pode não diferir muito da de 20 anos atrás na disposição das carteiras/cadeiras, mas certamente tem mais elementos de tecnologia: telas de computador, ambiente virtual de aprendizagem, internet… todos esses recursos mudam a dinâmica das aulas. As novas gerações, acostumadas a um novo ritmo de aprendizagem e disponibilidade de informação pedem salas de aula mais dinâmicas. E é aí que o mobiliário escolar desempenha um papel crucial, transformando o espaço físico monótono e estático das salas em ambientes de aprendizagem estimulantes e inovadores.
Tendências de mobiliário escolar em 2023
Segundo a Expert Market Research, empresa especialista em pesquisa de mercado e tendências com sede nos EUA, “o mercado global de mobiliário escolar é impulsionado pela crescente procura de móveis ergonômicos para proporcionar maior comodidade aos alunos, evitando o desconforto causado pelo uso de mobiliário de baixa qualidade que pode levar ao desenvolvimento de problemas de saúde mais adiante na vida dos estudantes”.
A empresa, que tem entre sua carteira de clientes companhias como a Nestlé, a Cargill e a Samsung, também cita como tendência para 2023 e próximos anos a busca por peças mais leves, empilháveis e de fácil deslocamento. Cadeiras e mesas dobráveis, portáteis, que podem se sobrepor e que apresentam rodízios são algumas das preferidas por escolas. Além disso, aumentou a procura por armários espaçosos e peças de mobiliário que criam ambientes colaborativos, como mesas que podem ser unidas em círculos.
Já Luciana Sobral, arquiteta e sócia da Novidário, que desenha móveis para a Maqmóveis, revela como forte tendência para 2023 a procura por móveis multiuso: “é cada vez mais comum as escolas terem espaços menores, então muitas vezes precisam que uma mesma peça de mobiliário possa servir a outros usos para que o ambiente atenda a outra necessidade”. Ela cita como exemplo um refeitório escolar, que eventualmente pode se transformar num espaço de exposições ou festas.
“Neste caso, a arquibancada Favo, é uma boa opção, já que serve como assento, mesa e pode se combinar para formar uma arquibancada junto à parede. Um móvel que possa ter um segundo uso é muito valorizado pelas escolas”, diz. A cadeira universitária Jataí é exemplo de peça que combina várias utilidades: é cadeira com prancheta, tem apoio para material na base, vem com gancho para pendurar bolsa ou mochila na parte traseira do encosto.
Luciana também aponta o uso de um mix de peças para criar layouts diferentes num mesmo ambiente, ampliando sua função: “é possível ter pufes e mesinhas de apoio numa biblioteca, que podem ser deslocados e rearranjados para uma reunião”. Em constante contato com os dirigentes de escolas, a arquiteta revela que um dos maiores anseios dos clientes é por produtos inovadores. “Nosso desafio é desenhar algo que ainda não existe no mercado”, completa Luciana.
A Expert Market Research também aponta essa tendência como uma das mais fortes desde 2020. Ainda, a empresa indica a adesão ao uso de móveis ecologicamente corretos como outro grande impulsionador para o crescimento do setor. “O material sustentável é uma opção mais cara, mas é preciso ter uma visão de longo prazo, afinal, trata-se de um benefício para o meio ambiente e consequentemente para todos. O ESG não é moda, veio para ficar e precisamos deixar de lado o imediatismo”, conclui Luciana.